Vitamina D além dos ossos
Vitamina D e os ossos
O eixo vitamina D e o hormônio da paratireoide (PTH) tem influência importante na saúde da população geral .
Estas influencias são mais graves em pacientes portadores de hipoparatireoidismo e tumores hipofisários.
A remodelação óssea está sujeita portanto, a mudanças fisiológicas ao longo da vida, resultando em modificações na composição e força esquelética.
Condições patológicas que levam a alterações na secreção e atividade hormonal, seja em excesso ou deficiência, podem ter grandes consequências na saúde esquelética.
Os resultados podem levar a um aumento do risco de fraturas de fragilidade, levando a comprometimento da qualidade de vida e aumento da mortalidade.
Uma série de Conferências Internacionais, conhecidas como “Reuniões de Endocrinologia Esquelética”, concentraram sua atenção na regulação hormonal do esqueleto e suas implicações clínicas.
A 10a Conferência foi realizada em Stresa, Itália, em março de 2023. Que produziu os seguintes tópicos.
Um dos tópicos discutidos na conferência foi o papel da vitamina D e do hormônio paratireoidiano (PTH), que forma a base para esta revisão.
* Deficiência de vitamina D
A deficiência de vitamina D está, portanto, associada a alterações nos tecidos esqueléticos e não esqueléticos. Estas anomailas podem ter consequências negativas no osso e na saúde geral dos indivíduos afetados.
A vitamina D é um hormônio esteroide lipossolúvel produzido como um pró-hormônio na pele após a exposição à irradiação pela luz solar.
Após rearranjos moleculares na pele e duas reações, no fígado e no rim. A vitamina D é, finalmente, transformada em sua forma ativa.
A vitamina D ativa, 1,25-dihidroxivitamina D, é , em outras palavras, um dos principais reguladores do equilíbrio do cálcio. Age promovendo sua absorção intestinal e deposição no tecido ósseo.
* Definição e epidemiologia
Por assim dizer, até o momento, o melhor índice de reservas de vitamina D disponíveis é o nível circulante de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D].
A deficiência de vitamina D, é geralmente definida como níveis de 25(OH)D abaixo de 20 ng/mL, e continua a ser um desafio global.
Os estudos, mostram que quase 25% dos indivíduos nos estados unidos tem deficiência de vitamina D.
Trabalho nas populações sul-americanas com um total de 227.758 participantes revelou, no entanto, uma prevalência de deficiência de vitamina D em 34,76% da população.
A deficiência de vitamina D é particularmente comum em idosos, indivíduos obesos e aqueles afetados por doenças gastrointestinais.
Por exemplo, um estudo recente analisou a experiência publicada sobre os níveis de 25(OH)D e a suplementação de vitamina D em indivíduos antes e depois da cirurgia bariátrica.
Os estudos relataram uma prevalência de 25(OH)D abaixo do normal em 57% dos indivíduos mesmo antes da cirurgia.
* Vitamina D alem dos ossos
Níveis no sangue persistentes muito baixos de vitamina D ( menores de 12 ng/ml) causam raquitismo em crianças e osteomalacia em adultos.
Níveis entre 12 e 20 ng/mL podem estar associados, a efeitos esqueléticos negativos e níveis séricos elevados de hormônio paratireoidiano (PTH).
Os níveis séricos desta vitamina devem ficar entre 20 ng/mL e 50 ng/mL para manter a saúde óssea na população em geral não afetada por doenças esqueléticas.
Vitamana D – alem dos ossos -A deficiência de vitamina D leva a uma diminuição na absorção intestinal de cálcio e fosfato.
Vários estudos relataram, no entanto, que a deficiência de vitamina D pode ser um fator-chave na falta de uma resposta ideal aos medicamentos usados no tratamento da osteoporose.
A vitamina D pode ter efeitos importantes em outros tecidos além do esqueleto.
Entretanto dados derivados de estudos, em larga escala da Inglaterra, Escócia e País de Gales, revelaram que o risco de morte diminui com o aumento das concentrações séricas de 25(OH)D até níveis mínimos de 20 ng/mL..
Uma associação foi relatada entre os níveis de vitamina D e a mortalidade por câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias.
Estudos observacionais e intervencionistas recentes mostraram que os níveis desta vitamina podem estar ligados a doenças, incluindo diabetes e pré-diabetes; às consequências agudas e de longo prazo da COVID-19 e à resposta à imunização contra a COVID-19, à sarcopenia e quedas e possivelmente também à ocorrência de doenças autoimunes.
Na verdade, uma análise do estudo de Suplementação de Vitamina D e Prevenção de Diabetes Tipo 2, mostrou que a suplementação diária de vitamina D mantendo o nível sérico de 25(OH)D ≥ 40 ng/mL é eficaz na redução do risco de desenvolver diabetes tipo 2 em adultos com pré-diabetes.
Além disso, o estudo VITAL, que incluiu 25.871 participantes, relatou que a suplementação com vitamina D (colecalciferol 2000 UI/dia) por cinco anos reduziu significativamente o risco de doença autoimune em 22% em comparação com o placebo .
* Conclusões
Em outras palavras a deficiência de vitamina D é generalizada em todo o mundo e tem consequências negativas na saúde óssea e provavelmente nos sistemas e órgãos extraesqueléticos.
O diagnóstico correto de deficiência de vitamina D e a suplementação apropriada de vitamina D, podem ter benefícios clínicos.