Síndrome do comer noturno – trate-se
Síndrome do comer noturno é um distúrbio frequente e que precisa ser tratado com medicação. Habitualmente não necessita de restrição alimentar. Esta restrição ocorre por alteração do padrão de fome do paciente pela medicação empregada.
O comportamento e o padrão alimentar são complexos, envolvendo aspectos metabólicos, fisiológicos e ambientais. Apresenta uma rotina de horários, que é herdado e faz parte da espécie. . Sofre grande influencia do ritmo social. Está sincronizado ao ciclo claro/escuro e aos níveis dos hormônios: melatonina, cortisol, serotonina, leptina e produtos inflamatórios chamados de citocinas.
O ritmo de alimentação na nossa espécie é predominantemente diurno.
Quero descrever a Síndrome do Comer Noturno (SCN), caracterizada por horário de alimentação diferente dos da nossa espécie, e que sofrem interferências neuroendócrinas. Está bem descrita na literatura desde 1950.
Esta síndrome está vinculada ao controle da fome e da saciedade e à dessincronização entre o ritmo alimentar e o ritmo sono/vigília e tem seu papel na obesidade.
Os critérios diagnósticos dessa síndrome sâo:
- Falta de apetite pela manhã,
- Ingestão de pelo menos 50% das calorias após as 17 horas; frequentemente acorda para comer e a ingestão noturna costuma ser com alimentos com grande valor energético e.
- Há dificuldade para se iniciar ou manter o sono.
Quer dizer que, o apetite se caracteriza por estar diminuído na primeira metade do dia e aumentado no transcorrer do dia, associado à interrupção frequente do sono.
A Síndrome do Comer Noturno decorre também, de mudanças que nossa sociedade vem sofrendo e está, em outras palavras, fortemente associada ao sobrepeso e à obesidade. Em outras palavras esta síndrome se evidencia e se torna mais greve em associação com a ansiedade.
Os pacientes portadores desta síndrome comem, portanto, maiores volumes que os não portadores e acordam mais vezes durante a noite. Além disso, apresentam maiores níveis de sintomas depressivos.
Aspectos epidemiológicos
Nos pacientes que nos procuram para tratamento para emagrecer até 14 % tem esta síndrome. Nos candidatos a cirurgia bariátrica este numero chega a 42 %. Na população em geral o porcentual é de 2%.
Esta é uma das causas de não indicarmos com frequência, a cirurgia bariátrica. Evidentemente a cirurgia bariátrica não resolve o problema destes pacientes. A maioria deles volta a engordar e entra em desespero pela cirurgia e seus inconvenientes se somarem as demais frustações na tentativa de emagrecer.
Lembrem se que ; Obesidade é doença não falta de caráter!
Vários achados nos fazem respeitar esta patologia:
- O aumento da adiposidade,
- É observada em 57,1% dos obesos e em 28,6% dos indivíduos com sobrepeso;
- É comum também se associar ao transtorno do comer compulsivo em até 15% dos casos;
- É encontrada também em não obesos
- Mais frequente em mulheres e se correlaciona com depressão.
- Sintomas de ansiedade.
Aspectos neuroendócrinos
Os fatores neuroendócrinos da Síndrome do Comer Noturno se relacionam com alterações do ritmo normal dos hormônios, como a do leptina, cortisol e da melatonina.
Parte dos sintomas apresentados por sujeitos com a SCN deve-se a baixos níveis de melatonina, que explicam as dificuldades para adormecer ou se manter dormindo, assim como a má qualidade do sono. A leptina um hormônio que tira a fome se encontra, nestes indivíduos mais baixos que o normal, explicando a maior fome no fim do dia.
Há outras patologias que se associam ao comer noturno e que não fazem parte desta síndrome como, por exemplo: O transtorno alimentar relacionado ao sono, a bulimia nervosa e o transtorno compulsivo alimentar.
Veja mais: https://www.drjoffre.com.br/obesidade-como-eu-vejo-o-tratamento/
https://www.drjoffre.com.br/transtorno-de-compulsao-alimentar-periodicatranstorno-de-compulsao-alimentar-periodica/
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