REMÉDIO VENCIDO – O QUE FAZER,FAZ MAL?
Quase todo mundo tem um estoque de medicamentos ema casa, Nem sempre é intencional. Muitas vezes são sobras de tratamentos feitos, outras vezes é uma prevenção para uma dor de cabeça ou uma insônia etc. muitas vezes o acesso, ter à mão um analgésico, um antitérmico ou um antiácido pode representar uma solução rápida para alívio da dor e do mal-estar.
Todos concordam de que pode ser útil ter em casa alguns remédios considerados de baixo-risco para usar em situações de emergência. O inconveniente é que a farmácia caseira passe a ser um estímulo para a prática da automedicação. Ao primeiro sinal de dor, indisposição ou mal-estar, o mais comum é a pessoa recorrer a um medicamento conhecido, que está guardado em sua farmacinha particular faz tempo, mesmo que possa ser pouco indicado para aquele caso, ou esteja com o prazo de validade vencido, o que muita gente nem se lembra de levar em consideração no momento da crise.
Medicação de ação sintomática
Tomar um remédio com ação sintomática, de vez em quando, não representa nenhum problema. A questão muda de figura quando não são respeitadas as condições ideais para armazenamento, manuseio e transporte, nem o prazo de validade dos produtos. Da mesma forma, o uso contínuo e indiscriminado de medicamentos, aparentemente inofensivos, pode ser prejudicial à saúde, uma vez que pode mascarar o quadro e retardar o diagnóstico comprometendo o tratamento.
Prazo de validade dos medicamentos – Remédio vencido
De acordo com determinação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, todos os fabricantes são obrigados a estampar nas embalagens, as datas de fabricação (mês e ano) e de validade (mês e ano), assim como o número do lote do medicamento, seja ele controlado ou de venda livre sem apresentação de receita médica.
Essa data-limite para utilização do produto é definida pela própria indústria farmacêutica, com base em testes específicos, para avaliar a estabilidade dos elementos ativos que constam da fórmula. Portanto, ela funciona como um fator de referência e indica o fim do período de vida útil do medicamento. Ou seja, depois daquela data os laboratórios não mais garantem a capacidade de o produto preservar a potência, eficácia, e segurança.
Condições de armazenamento
Considerando que a potência de uma droga começa a cair lentamente assim que é fabricada, está estabelecido que mantidas as condições ideais de transporte, manuseio, armazenamento e a integridade da embalagem, a data de expiração do prazo de validade de um fármaco é determinada pelo tempo que o princípio ativo leva para perder 10% de sua potência e eficácia original.
Perda da efetividade
Está claro que isso não acontece de uma hora para outra. A efetividade de uma droga vai diminuindo lentamente com o tempo. No entanto, segundo estudos sobre a data de validade das drogas, realizados pelo FDA (agencia americana de controle de alimentos e medicamentos), a pedido dos militares americanos, muitos dos produtos investigados conservaram suas condições de uso para além da data de validade definida pelo fabricante. Esses dados foram comentados no site oficial da Harvard Medical School.
A pergunta é: o que pode acontecer se a pessoa tomar um medicamento vencido?
Nesse caso, é preciso considerar duas condições.
Primeira: é sabido que os medicamentos vão perd
endo a estabilidade lentamente a partir da data de fabricação, mas que o processo pode levar anos.
Segunda: a data final do prazo de validade é estabelecida pela indústria farmacêutica como forma de atestar que o produto mantém as características de eficácia e segurança até aquele mês e ano, desde que tenha seguido à risca as orientações sobre a melhor forma de armazenar o produto. Depois dessa data, os fabricantes estão dispensados de continuar os testes sobre a estabilidade das substâncias que compõem o medicamento.
Portanto, se a dor de cabeça está tirando sua alegria de viver e você decidiu tomar um analgésico com data de validade vencida há dois ou três dias, talvez a única consequência seja que você vai ter de esperar mais um pouco pelo efeito, uma vez que o medicamento já pode ter perdido parte de sua eficácia.
Medicamento de uso contínuo
Agora, se for um remédio de uso contínuo, como os indicados para controle de doenças crônicas (por exemplo, a hipertensão e o diabetes), um antibiótico para o tratamento de infecções, ou seja, drogas que perdendo a eficácia podem pôr a vida em perigo, o bom-senso manda não arriscar. O melhor é providenciar um novo medicamento que esteja dentro do prazo de validade e não abusar da sorte.
E como descarta-los
A farmácia caseira não pode ser um depósito aleatório de medicamentos armazenados sem nenhum critério e cuidado. Também não deve acumular sobras de remédios que não foram totalmente utilizados, nem frascos com restos de xaropes, colírios, gotas nasais ou para aplicar no ouvido (orelha), ou de suspensões e soluções injetáveis. Sob a forma líquida de apresentação, os medicamentos são sempre mais instáveis do que no estado sólido e têm prazo de validade encurtado, especialmente se a embalagem original tiver sido aberta ou violada.
Sempre vale repetir que remédios devem ser guardados longe da umidade, do calor e da exposição solar. Além disso, é fundamental que, periodicamente, sejam descartados os produtos com prazo de validade vencido ou em desuso há muito tempo.
Nessa tarefa é preciso redobrar os cuidados. Nada de jogar os remédios no lixo comum da residência, no ralo da pia ou no vaso sanitário, porque os medicamentos possuem substâncias químicas que podem contaminar a água e o solo. Remédios vencidos e restos de medicamento que não serão mais utilizados devem ser levados até um ponto de coleta credenciado pela ANVISA, em geral, uma farmácia ou drogaria nas proximidades da residência. Esse processo de os medicamentos vencidos retornarem às farmácias a fim de que tenham a destinação final adequada e é chamado de logística reversa.
Caso não exista um ponto de coleta na sua região, o recurso é entrar em contato com uma Unidade Básica de Saúde para saber como realizar o descarte seguro desses medicamentos sem prejuízo para o meio ambiente.
Dr. Joffre Nogueira Filho – 3885 5066
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