Doença renal nos diabéticos

Doença renal nos diabéticos

Cerca de 20% a 30% dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) evoluem com nefropatia. Uma porcentagem destes evoluem para disfunção renal grave que leva a diálise.

O controle rígido da glicemia, colesterol e pressão arterial pode evitar esta evolução.

Exames obrigatórios

Dois exames são obrigatórios no acompanhamento da função renal no DM um de urina que é a microalbuminúria (feita de preferência com a primeira urina da manhã) que mede quanta proteína esta sendo eliminada pela urina> A proteina eliminada pela urina,além de ser um indicador de doença é, também um fator de agravamento da doeça agravando ainda mais o caso. E outro é a creatinina no plasma (sangue) que colocada em uma formula em que entra idade, peso e sexo do paciente da uma medida da capacidade de filtração do rim.

Cuidados gerais

O abandono do tabagismo também colabora muito para uma preservação da função dos rins. Hoje existe vários medicamentos que ajudam o paciente a abandonar este vício. A pratica de atividade física regular e alguns cuidados alimentares também colaboram com uma expectativa favorável para estes quadros.

A perda de proteína pela urina é um forte fator de inflamação e lesão renal.

Sem intervenções específicas, 80% dos pacientes portadores de diabetes tipo 1 ( DM1) que apresentem perda de proteína na urina evoluirão para  nefropatia clínica e hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 50% destes, num prazo de 10 anos, apresentarão falência renal.

Em relação ao diabetes tipo 2 ( DM2), a nefropatia clínica se desenvolverá em 20 a 40% dos casos, sendo que 20% destes também apresentarão falência renal.

Controle Glicêmico 

O controle glicêmico em pacientes com DM1 foi responsável pela redução em até 54% desta proteinúria (proteina na urina). Nos pacientes com DM2, os estudos mostram que após um melhor controle glicêmico, ocorrem redução de retinopatia, neuropatia e nefropatia. Com 12 anos de observação, houve uma redução em 33% no desenvolvimento de microalbuminúria. Metas mais rígidas, isto é, hemoglobina glicosada ( HBA1C) < 6%, vêm sendo testadas nos estudo com melhoras ainda mais significativas.

Controle da pressão arterial

Nos pacientes diabéticos a pressão arterial deve ser mantida em 120/80 mg de mercúrio e deve ser energicamente tratada quando maior do que estes níveis.

Tanto a hipertensão sistólica  como a diastólica aceleram a progressão da nefropatia. O tratamento agressivo da hipertesão é capaz de reduzir a albuminúria, a velocidade de queda da filtração glomerular, a mortalidade e a necessidade de diálise. Em um intervalo de 16 anos, o controle pressórico diminuiu a mortalidade de 94% para 45% e a necessidade de diálise de 73% para 31% em pacientes com DM1 e nefropatia já instalada.

A terapia anti-hipertensiva com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina ( BRA) em DM1, atingindo níveis de pressão sistólica e diastólica inferiores a 130 e 80 mmHg, respectivamente, determina um benefício seletivo em relação a outras classes de drogas. Observa-se um retardo na piora da evolução da perda proteina  pelos rins e uma lentificação no declínio da taxa de filtração renal nos pacientes já com doença reanal instaladae alem disso ocorre uma redução nos riscos de doença cardiovascular DCV ( infartos e AVC).

Os beneficios do controle da pressão se mostram mais importantes que o controle glicêmico na prevenções doença renal e da doença cardiovascular.

Controle do colesterol e triglicerideos

Pacientes portadores de diabetes apresentam uma maior prevalência de anormalidades lipídicas, o que contribui como fator de risco independente para DCV.

Todos os diabéticos devem manter os níveis do colesterol “ruim” ( LDL) abaixo de 70 % . Há demonstrações importantes dos beneficios para os diabéticos da tomada das estatinas  (medicações que diminuem a formação do colesterol) , mesmo para diabéticos com níveis de colesterol normais.

A terapia farmacológica deve ser iniciada logo ao diagnóstico e, em conjunto com intervenções para o controle glicêmico e nutricional, a redução de peso, e a interrupção do tabagismo.

A elevação dos níveis do colesterol  contribui para o desenvolvimento de lesão nos glomérulos  que são a unidade funcional básica dos rins.

Há evidencias que a administração de estatinas proporcionam queda de até 25 % da perda urinária de proteínas.

Exercícios físicos moderados contribuem para a manutenção da função renal. A dieta pode sofrer uma restrição de sódio e da proteína para ajudar a controlar a pressão e diminuir a perda de proteína pela urina.

A avaliação renal deve ser feita periodicamente e sempre que se acrescenta uma medicação nova ao paciente. Vários medicamentos devem ter sua dose ajustada em função da filtração renal.

Há hoje, medicamentos que retardam a doença renal nos diabéticos. converse sobre isto com seu endocrinologista.

Vale lembrar que os diabéticos portadores de lesão renal têm mais risco de eventos cardiovasculares como infarto e derrame e precisam de cuidados médicos melhores de preferência com especialistas devidamente capacitados.

Dr Joffre    3885 5066

Doença renal no diabético grave e frequente
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