Cirurgia Bariátrica – você precisa estar preparado
Obesidade é uma doença cruel. Faz os pacientes sofrerem psicologicamente e fisicamente. e levava a inúmeras outras patologias. Apesar de existirem vários tratamentos modernos para o emagrecimento o que perdura, ainda, são aqueles que só apresentam restrição alimentar e aumento da atividade física, que raramente resolve.
Vários estudos feitos na ultima década comprovam inúmeros benefícios após a cirurgia bariátrica. Entre eles destacam se menor risco de morrer por doenças cardiovasculares (-56%), câncer (-60%) e diabetes (-92%). No entanto a pratica clinica tem demonstrado algumas complicações psicossociais. Alteração da autoimagem corporal, traços de personalidade e presença de compulsão alimentar prévios à intervenção, dentre outros, têm sido implicados na evolução e no prognóstico desses pacientes.É por isso que para a Cirurgia Bariátrica – você precisa estar preparado.
Talvez um dos maiores problemas seja indicar para a cirurgia portadores do transtorno da compulsão alimentar (TCA), complicação mais recorrente nos pacientes da cirurgia. Há casos também de outras compulsões (muito frequentemente o alcoolismo), depressão e, em casos extremos, chegam a cometer suicídio — mesmo estando magros como sempre almejaram.
Em alguns casos, é possível que condições psiquiátricas prévias se agravem, ou até mesmo novas doenças surjam após a cirurgia. Essas novas patologias podem ser resultantes de fatores como necessidade de adaptação psicossocial à nova condição e de alterações psíquicas decorrentes de deficiências nutricionais. Os estudos mais recentes mostram que, de 20% a 70% das pessoas que procuram a cirurgia têm histórico de transtornos mentais.
Há mais de uma explicação para estes fatos. Um deles é o fato de que há distúrbios psíquicos que induzem a um estilo de vida alimentar e comportamental que leva ao aumento de peso. Se este “distúrbio” não for identificado e tratado pode se agravar após a cirurgia, e pelas necessidade de mudanças comportamentais que se impõem após a cirurgia.
Preparação
Antes de se submeter à cirurgia bariátrica, além de meditar sobre as mudanças desejadas, os aspirantes a pacientes devem passar por exames pré-operatórios fundamentais. Os testes consistem em avaliações nutricionais, cardiológicas e endocrinológicas e psicológicas. Nestas avaliações psicológica o endocrinologista avalia e prepara o paciente para o procedimento. Muitos dos distúrbios psiquiátricos e psicológicos tem o início do tratamento nesta fase e deve continuar após a cirurgia.
Após a cirurgia o paciente precisa ser acompanhado para proceder com sucesso o processo de adaptação da operação ao modo de vida do paciente.
Esses dados podem ser cruciais para que o ex-obeso, realmente, adapte-se à nova vida sem sofrimento. É no consultório do clinico (às vezes do psicólogo) que eles entenderão o papel da comida em suas vidas e, principalmente, como vencer eventuais frustrações sem recair na alimentação anterior. A doença é (obesidade) está no cérebro, na genética, nos hormônios e não no estomago.
O re engordar é extremamente frustrante e doloroso. Pode desencadear depressões, compulsões e vícios alternativos como o alcoolismo.
“Tempo”
Se adaptar ao novo corpo e ao novo estilo de vida leva um certo tempo que varia em cada paciente. Lembre se que a cirurgia transforma obesos em indivíduos normais e estes também tem de se controlar para não engordar.
Dados preocupantes
Um importante trabalho americano de 2007 que ilustra a incidência de mortes entre pessoas que passaram pela cirurgia. Segundo os americanos, mortes associadas a acidentes e/ou suicídio são 58% maiores em indivíduos no estágio pós-cirúrgico quando comparados aos que não fizeram a operação — isso sem contar os óbitos associados a comportamentos impulsivos, como bulimia e acidentes de trânsito. A maior parte dos suicídios se deu após apenas um ano da intervenção.
Mais e mais rapidamente
Como o próprio nome sugere, o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCA) caracteriza-se por episódios em que a pessoa passa a se alimentar compulsivamente, em quantidades significativamente maiores que indivíduos normais consumiriam. Além de comerem desenfreadamente, pacientes com o transtorno comem mais rápido que o normal e, geralmente, o fazem sozinhos, com vergonha do julgamento alheio. Após as crises, é comum sentir-se angustiado e frustrado. Sentir-se mal consigo mesmo, deprimido ou com culpa em excesso também é consequência comum — o que, obviamente, influencia no bem-estar psicológico dessas pessoas. Embora tenha sido observado principalmente em pessoas obesas, o transtorno também acomete indivíduos com peso normal.
Moral da historia
Cirurgia bariátrica é um dos bons tratamentos para a obesidade, mas deve se tratar os distúrbios psicológicos antes e após a cirurgia. E se engordar de novo – não se culpar e procurar um profissional que te medique.
Também deve ser tratado se desenvolver outras compulsões ou alterações no comportamento que estejam te fazendo sofrer.
Dr. Joffre 3885 5066